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domingo, 17 de março de 2019

DEPRESSÃO E SÍNDROME DO PÂNICO: minha história

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Como tudo começou 



Minha vida parecia normal, era uma correria gostosa, cuidar da casa, das filhas (tenho duas), do trabalho. Chegava a noite cansada, mas aparentemente feliz. Cuidava de todos e de tudo. Só não percebi que nesse cuidar de tudo, fui aos poucos deixando de cuidar de mim. 

Não tinha tempo de parar e me olhar ao espelho, se pensasse na minha pessoa acho que não conseguiria fazer dela uma imagem nítida. Sabe quando se pensa em um namorado ou em alguém que amamos e já vem a imagem dela à nossa cabeça? Então, eu não conseguia me visualizar.

Na minha cabeça parecia estar tudo normal, mas meu subconsciente e meu corpo não concordavam. Foi então que em uma manhã tranquila no dentista, na sala de espera, senti algo diferente. De repente comecei a sentir um calor subindo pela minha cabeça, ema sensação de morte, meu coração acelerou... sensação horrível pois não havia sentido nada parecido. 
Levantei logo, me dirigi a recepcionista e perguntei se ali havia um aparelho de pressão. Ela disse que não. Aquele NÃO me desesperou, como não havia um aparelho de pressão em um consultório de dentista? 
Me desesperei, pedi para chanar o SAMU pois estava passando mal, quando chegaram, mediram minha pressão e deu um pouco baixa, meus batimentos pouco acelerados. No consultório médico, ele disse que era estresse, me deu um medicamento na veia ( que até hoje não sei qual foi) me liberaram e disseram que iria dormir muito. 
Cheguei em casa meio dia, deitei no sofá e acordei às 18 horas, preocupada com jantar, filhos, tudo...

No outro dia pareceu que um caminhão havia passado por mim, estava esgotada, corpo doía, cabeça pesada. Não consegui ir trabalhar. Lembro que chorei muito nesse dia. Fiquei de cama, no outro dia, mesma coisa... Não consegui sair da cama, meu corpo estava mole demais, uma sensação horrível. 

Fui ao médico que me disse para procurar um psiquiatra. Gente psiquiatra! Como aquela palavra me assustou... Mas lá fui eu... Na consulta ela, a médica, me perguntou várias coisas da minha vida, meu trabalho, minhas filhas, meu casamento, etc. Havia perdido minha mãe há um ano, estava forte levando a vida.

Só levando a vida, mas no fundo sem viver. E achava aquilo normal. Quando ela tocou nisso, e disse quem eu era nessa situação toda, desabei a chorar. Não havia um EU, havia família, trabalho, casa, etc...

Fui para casa com uma caixinha de Frontal 0,5 mg e Pondera 10 mg. Tomar logo ao acordar. Gente tomei aquele frontal e parece que foi uma vitamina, a moleza saiu, lavei até roupa... Bom se sentir normal.

Ledo engano esse normal, na primeira tentativa de ir para o trabalho, no ônibus veio aquele opressão apertar meu pescoço, desci no primeiro ponto. Liguei para meu marido que, veio me buscar. Nisso passei a ter pavor de sair de casa. Para onde fosse alguém da minha família tinha que me acompanhar. 

Passei a perder a vontade até de tomar banho, os remédios, não sei se estavam ou não fazendo efeito, mas a onda veio como um tsunami derrubando tudo em mim.

Olhava para pessoas e dentro de mim só pensava, eu quero só voltar a ser normal. Só isso!

Tive que segurar tudo por quinze dias, até voltar à médica. Não foi fácil, nada fácil.

Só sei que aquilo estava preso em mim, e quando saiu, quis provar que nada estava bem em minha vida, em mim. Foi como um leão que saiu para devorar minhas verdades absolutas, minha falta de atenção comigo. 

De todas as fases que passei, o preconceito foi a pior. Preconceito em casa, no trabalho, com amigos.
A frase: Vamos levante, você não tem motivo para ficar assim. Essa era como facadas cravadas no peito. Comecei a sentir inútil.... Mas enfim, irei contar tudo... Só posso adiantar, que foi dura a batalha, mas hoje posso dizer que consegui. Há um sorriso no meu rosto e uma paz interior. 

E se você hoje passa por isso, saiba que conseguirá ultrapassar e vencer.

Tenha fé, não desista, não se preocupe com os outros, apenas com você, pois você é muito ESPECIAL.






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